A População
Desde as fundações das mais colônias gregas, até a época de maior esplendor do Bósforo, durante o segundo século a.C., transcorreram cinco séculos, durante o qual houve uma grande mistura étnica e uma importante troca cultural entre gregos e bárbaros. Sua população herdou os traços dos primeiros colonos, tinha sinais claros peculiares aos gregos da Ásia Menor, que foi desde tempos muito antigos um caldeirão étnico e cultural, misturando-o com o jônico grego com o oriental-iraniano. Também houve uma importante mistura pelo contato com os citas e os sármatas, igualmente povos iranianos. Em suma, o resultado dessas influências por um longo tempo em que nasceram e se formaram várias gerações de famílias mistas, de onde surgiram os gregos pônticos e cimérios, e iranizados e barbarizados. Da idumentária dos habitantes gregos do Bósforo se conhece alguns detalhes, devido à cerâmica pintada, a escultura e principalmente relevos funerários. Os bosforanos seguiam as principais tendências da moda helenística. Além disso não deve ser excluído o elemento romano que desde fins do século I a.C. passou a intervir na história bosforana.
O Idioma
O idioma, mesmo durante a dominação pôntica ou romana, continuou sendo o grego da Ásia Menor, com escassos neologismos ou barbarismos. A maioria dos nomes bosforanos que perduraram são de procedência helenística com uma percentagem mínima de nomes não-gregos. Entretanto, entre as famílias da nobreza e realeza local em certas ocasiões se dava preferência aos nomes iranianos, trácios, citas ou sármatas. Aspurgo, Remetalces, Sauromates, Cótis são nomes régios não-gregos.
A Mulher Bosforana
A consciência individual dos gregos bosforanos, até mesmo em épocas tardias, também seguiu o costume helênico de organizar a vida pública em torno da pólis seguindo suas tradições cotidianas. Ao contrário de outras mulheres gregas contemporâneas, as mulheres do Bósforo Cimeriano tinham maior liberdade para apreciar a independência pessoal. De acordo com algumas tradições e leis das poleis bosforanas, elas podiam dispor de patrimônio, herdá-lo de seus pais ou gerir o seu dote de casamento. As gregas bosforanas também tiveram uma participação social maior em comparação com as gregas dos Balcãs e do Mar Egeu, chegando até msmo desempenhar cargos políticos.
Esse fato pode ser explicado pela influência da proximidade cultural e com o mundo iraniano, onde as mulheres desfrutaram de um status social mais elevado, inclusive participando da guerra. “A mulher do estado helenístico do Bósforo era considerada por sua sociedade como uma boa filha de seus pais, esposa respeitada e honrada mãe de seus filhos. Sendo livre, possuía direitos humanos e socioeconômicos e de seu estado civil dependia a cidadania de seus filhos. As aristocratas participavam com o cargo de sacerdotisas no culto das várias deusas locais e ainda tinham o direito de governar o estado. A história do reino do Bósforo conhece o reinado de Dinamis e Pifodoria, e que sua política, apesar da pressão séria dos romanos no tempo de César e Augusto, conseguiram preservar a autonomia do Estado e demonstrar lealdade aos princípios e normas helenísticos e iranianos dos monarcas anteriores” (Victoria Kozlóvskaia em La mujer griega del Bósforo: su imagen visual y papel social a la luz de la epigrafía antigua)
Religião
A religião era de origem grega sem grandes influências estrangeiras. Foram encontradas inscrições que atestam a veneração de Perséfone, Efésia, Artémis, Deméter, Cibele, Jarites, Atena e Afrodite. Acharam-se restos de templos em Panticapeu, Fanagória, Ninfeu e Gorgipia. Nas zonas rurais se erguiam altares e fossas foram escavadas para o culto religioso, onde se sepultavam os restos zoomórficos de seu rito. A arqueologia recente da Rússia fornece um exemplo da existência de um santuário rural na parte ocidental do Bósforo. Foi consagrado a Afrodite Urânia; era de grande tamanho, com cerca de 200 metros quadrados, e foi caracterizada por um uso prolongado e contínuo (séculos III a.C. ao IV d.C.).
Os gregos bosforanos prestavam culto a Zeus em sua manifestação de cabeça e patrono da trindade solar que também incluía o mesmo deus-sol Hélio e suA parceira Gea. O culto de Zeus sofreu uma iranização devido às influências culturais. Segundo o historiador Mikhail Rostovzeff o Reino do Bósforo Cimeriano seria o resultado curioso de uma tirania semigrega que durou séculos e gradualmente se tornou uma monarquia helenística. A religião bosforana, segundo ele, é uma religão mista, que se desenvolveu lentamente. Houve nesse reino uma singular proliferação artística, destinada principalmente para dinastias e a aristocracia dos citas.
Desde as fundações das mais colônias gregas, até a época de maior esplendor do Bósforo, durante o segundo século a.C., transcorreram cinco séculos, durante o qual houve uma grande mistura étnica e uma importante troca cultural entre gregos e bárbaros. Sua população herdou os traços dos primeiros colonos, tinha sinais claros peculiares aos gregos da Ásia Menor, que foi desde tempos muito antigos um caldeirão étnico e cultural, misturando-o com o jônico grego com o oriental-iraniano. Também houve uma importante mistura pelo contato com os citas e os sármatas, igualmente povos iranianos. Em suma, o resultado dessas influências por um longo tempo em que nasceram e se formaram várias gerações de famílias mistas, de onde surgiram os gregos pônticos e cimérios, e iranizados e barbarizados. Da idumentária dos habitantes gregos do Bósforo se conhece alguns detalhes, devido à cerâmica pintada, a escultura e principalmente relevos funerários. Os bosforanos seguiam as principais tendências da moda helenística. Além disso não deve ser excluído o elemento romano que desde fins do século I a.C. passou a intervir na história bosforana.
Representação do IV século a.C. de guerreiros citas encontrada num túmulo perto de Panticapeu |
Estela com dois guerreiros tipicamente gregos. Obra datada entre o IV e III séculos a.C. proveniente da península de Taman, Ucrânia. |
Estátua representando um homem do reino do Bósforo. Obra romana do século II d.C. encontrada em Panticapeu, embora feita na Ásia Menor. |
Estátua do século II d.C. de um governante da cidade bosforana de Gorgipia |
Acima, pente de ouro de origem cita, datado dos anos 430-390 a.C., encontrado na bacia inferior do rio Dniéper na Ucrânia zona do intercâmbio cultural entre gregos e citas. |
O idioma, mesmo durante a dominação pôntica ou romana, continuou sendo o grego da Ásia Menor, com escassos neologismos ou barbarismos. A maioria dos nomes bosforanos que perduraram são de procedência helenística com uma percentagem mínima de nomes não-gregos. Entretanto, entre as famílias da nobreza e realeza local em certas ocasiões se dava preferência aos nomes iranianos, trácios, citas ou sármatas. Aspurgo, Remetalces, Sauromates, Cótis são nomes régios não-gregos.
Um dos tabletes de Tanais, antiga colônia grega da região do reino do Bósforo, contém o texto grego e menciona nomes de origem croata e iraniana demonstrando o intercâmbio cultural na região. |
A Mulher Bosforana
A consciência individual dos gregos bosforanos, até mesmo em épocas tardias, também seguiu o costume helênico de organizar a vida pública em torno da pólis seguindo suas tradições cotidianas. Ao contrário de outras mulheres gregas contemporâneas, as mulheres do Bósforo Cimeriano tinham maior liberdade para apreciar a independência pessoal. De acordo com algumas tradições e leis das poleis bosforanas, elas podiam dispor de patrimônio, herdá-lo de seus pais ou gerir o seu dote de casamento. As gregas bosforanas também tiveram uma participação social maior em comparação com as gregas dos Balcãs e do Mar Egeu, chegando até msmo desempenhar cargos políticos.
Brincos em forma de cabeça de mulher do século IV a.C. no Reino do Bósforo |
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Busto da rainha Dínamis, obra romana do ano 30 d.C. |
Cabeça de vidro representando a imperatriz romana Lívia, esposa de César Augusto, primeiro imperador romano, datada de c. 42 d.C., encontrada nas ruína Ninfeu, Crimeia |
Religião
A religião era de origem grega sem grandes influências estrangeiras. Foram encontradas inscrições que atestam a veneração de Perséfone, Efésia, Artémis, Deméter, Cibele, Jarites, Atena e Afrodite. Acharam-se restos de templos em Panticapeu, Fanagória, Ninfeu e Gorgipia. Nas zonas rurais se erguiam altares e fossas foram escavadas para o culto religioso, onde se sepultavam os restos zoomórficos de seu rito. A arqueologia recente da Rússia fornece um exemplo da existência de um santuário rural na parte ocidental do Bósforo. Foi consagrado a Afrodite Urânia; era de grande tamanho, com cerca de 200 metros quadrados, e foi caracterizada por um uso prolongado e contínuo (séculos III a.C. ao IV d.C.).
Representação bosforana da deusa Afrodite do século IV a.C. |
Vaso para libações (phiale) encontrado nas ruínas de Hermonassa |
FONTES:
http://es.wikipedia.org/wiki/Reino_del_B%C3%B3sforo#Sociedad
http://en.wikipedia.org/wiki/Tanais_Tablets
http://arttattler.com/archivegreeks.html
http://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=1110003
http://arttattler.com/archivegreeks.html
http://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=1110003
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